segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Contos e Lendas de Macau

         
Livro recomendado para o 4º Ano de escolaridade pelo Plano Nacional de Leitura.

       A turma do 4ºD aplicou uma técnica de resumo e registou-a no texto aqui publicado. 
         É o resumo escrito do conto intitulado "As árvores que ninguém separa", que consta da obra Contos e Lendas de Macau, da autora Alice Vieira, com ilustrações de Alain Corbel. Esta obra vai ser objeto de estudo ao longo deste ano letivo, a convite da professora bibliotecária Maria Dolores.
         Os desenhos são para imaginar esta história de amor.






As árvores que ninguém separa

Lá longe, na aldeia Móng-Há, vivia um sábio chamado Lou Uóng, que tinha sempre as palavras certas para todos os habitantes.
Aqueles habitantes e Lou Uóng eram agricultores, nunca tirando da Mãe Terra mais do que lhes naturalmente dava.
Todas as pessoas da aldeia avisavam Lou Uóng para erguer os olhos para sua filha A-Kâm, pois ela estava a ficar madura para escolher o marido.
A-Kâm continuava a crescer, os habitantes de Móng-Há continuavam a dizer a Lou-Uóng que a filha estava madura para seguir o seu marido. Nestas alturas, ele ficava um homem diferente, dizendo que ela tinha muito que aprender a seu lado.
A-Hêng começou a trabalhar para o pai de A-Kâm no amanho das terras. A-Hêng apaixonou-se logo por A-Kâm e contou-lhe que vinha de uma família pobre.
Pelo equinócio da primavera, A-Kâm engravidou, fruto do amor entre ambos.
Em casa, A-Kâm contou ao pai que estava grávida de A-Hêng, por isso, queriam casar. Ao ouvir a filha, Lou Uóng ficou furioso e a raiva fez-lhe esquecer todas as palavras de alegria.
Então, Lou Uóng mandou chamar A-Hêng à sua presença e disse que o considerava um traidor. Tratou-o como sendo um miserável, um mesquinho, um ínfimo trabalhador da terra, e que nunca se casaria com sua filha A-Kâm. Ao ouvir estas palavras, A-Hêng sentiu-se o mais infeliz dos homens, sentiu um pássaro a rasgar-lhe o coração com o bico.
Por isso, A-Hêng foi ter com A-Kâm para lhe contar tudo o que o seu pai lhe tinha dito furiosamente. Sentaram-se depois à sombra de duas árvores, e A-Hêng recontou os insultos, as ameaças, a morte como única solução honrosa.
Foi então que ambos se lembraram do que os sacerdotes lhes diziam. O Deus Kum Lâm prometia a felicidade suprema noutra vida para além desta.
Finalmente, ambos agonizaram e decidiram ir juntos para esse mundo de paz e felicidade eterna.
 No dia seguinte foram encontrados mortos.
Ali, naquelas árvores, eles buscaram a felicidade eterna que Lou Uóng lhes negara na Terra.
Toda a gente da aldeia ficou chocada com a morte dos jovens amantes. E desde aí nunca mais ninguém conseguiu descansar devido aos gritos, suspiros, lamentos, murmúrios e choros, que rasgavam o coração de todos.
Lou Uóng já não aconselhava ninguém, porque se transformara num homem sem alegria de viver.
Por esta altura, as pessoas começaram a contar que as duas árvores começaram a encher-se de ramos entrelaçados uns nos outros, e que nenhum machado os conseguia cortar. Diz-se que com o passar dos anos, a gritaria e os choros abrandaram. Por isso, os sacerdotes celebraram com solenidade o amor puro daqueles infelizes.
Ainda hoje, os ramos daquelas árvores, continuam a nascer entrelaçados.
Simbolizam o amor alvinitente.


Turma: 4º D

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