segunda-feira, 5 de junho de 2017

Trabalhos da obra «Contos e Lendas de Macau», de Alice Vieira

Durante este ano letivo, a turma do 4º ano da EBI de Sta. Cruz da trapa, desenvolveu um trabalho focado na obra de Alice Vieira,  «Contos e Lendas de Macau».
O trabalho consistiu em utilizar uma técnica para resumir os contos “As Árvores que Ninguém Separa” e “O Templo da Promessa”. Em seguida, produzimos desenhos relativos às personagens principais.

Os alunos e os professores agradecem à professora Dolores ( bibliotecária), por nos ter envolvido nesta misteriosa aventura pelo Oriente e pelos países  do Sol Nascente.


RESUMO
“As Árvores Que Ninguém separa”
Alice Vieira

Lá longe, na aldeia Móng-Há, vivia um sábio chamado Lou Uóng, que tinha sempre as palavras certas para todos os habitantes.
Aqueles habitantes e Lou Uóng eram agricultores, nunca tirando da Mãe Terra mais do que lhes naturalmente dava.
Todas as pessoas da aldeia avisavam Lou Uóng para erguer os olhos para sua filha A-Kâm, pois ela estava a ficar madura para escolher o marido.
A-Kâm continuava a crescer, os habitantes de Móng-Há continuavam a dizer a Lou-Uóng que a filha estava madura para seguir o seu marido. Nestas alturas, ele ficava um homem diferente, dizendo que ela tinha muito que aprender a seu lado.
A-Hêng começou a trabalhar para o pai de A-Kâm no amanho das terras. A-Hêng apaixonou-se logo por A-Kâm e contou-lhe que vinha de uma família pobre.
Pelo equinócio da primavera, A-Kâm engravidou, fruto do amor entre ambos.
Em casa, A-Kâm contou ao pai que estava grávida de A-Hêng, por isso, queriam casar. Ao ouvir a filha, Lou Uóng ficou furioso e a raiva fez-lhe esquecer todas as palavras de alegria.
Então, Lou Uóng mandou chamar A-Hêng à sua presença e disse que o considerava um traidor. Tratou-o como sendo um miserável, um mesquinho, um ínfimo trabalhador da terra, e que nunca se casaria com sua filha A-Kâm. Ao ouvir estas palavras, A-Hêng sentiu-se o mais infeliz dos homens, sentiu um pássaro a rasgar-lhe o coração com o bico.
Por isso, A-Hêng foi ter com A-Kâm para lhe contar tudo o que o seu pai lhe tinha dito furiosamente. Sentaram-se depois à sombra de duas árvores, e A-Hêng recontou os insultos, as ameaças, a morte como única solução honrosa.
Foi então que ambos se lembraram do que os sacerdotes lhes diziam. O Deus Kum Lâm prometia a felicidade suprema noutra vida para além desta.
Finalmente, ambos agonizaram e decidiram ir juntos para esse mundo de paz e felicidade eterna.
 No dia seguinte foram encontrados mortos.
Ali, naquelas árvores, eles buscaram a felicidade eterna que Lou Uóng lhes negara na Terra.
Toda a gente da aldeia ficou chocada com a morte dos jovens amantes. E desde aí nunca mais ninguém conseguiu descansar devido aos gritos, suspiros, lamentos, murmúrios e choros, que rasgavam o coração de todos.
Lou Uóng já não aconselhava ninguém, porque se transformara num homem sem alegria de viver.
Por esta altura, as pessoas começaram a contar que as duas árvores começaram a encher-se de ramos entrelaçados uns nos outros, e que nenhum machado os conseguia cortar. Diz-se que com o passar dos anos, a gritaria e os choros abrandaram. Por isso, os sacerdotes celebraram com solenidade o amor puro daqueles infelizes.
Ainda hoje, os ramos daquelas árvores, continuam a nascer entrelaçados.
Simbolizam o amor alvinitente. 
Turma: 4º D



RESUMO
“O Templo da Promessa”
Alice Vieira

Numa manhã fresca da monção, Sâm Mân preparava-se para ir vender o seu precioso chá a Macau.
Nessa manhã, Sâm Mân e outros vendedores de Fôk Kin, preparavam-se para viajar de barco até à península de Macau para venderem chá, trigo, cerâmicas e cestos de bambu. Todos afirmavam que iria ser um dia bom para os negócios.
No entanto, o barqueiro atrasava a partida sem um motivo claro. Todos o questionavam por que razão não zarpavam do cais. Então, o barqueiro anunciou que ainda faltava subir a bordo uma mulher, que já se via a correr na direção do cais de embarque. Todos os vendedores estavam furiosos com o atraso na partida, à exceção de Sâm Mân, que permanecia calado, olhando aquela estranha mulher pedindo que esperassem por ela. Já o barqueiro se preparava para partir, quando a mulher conseguiu chegar junto do barco. Com a pressa de subir a bordo, o pé ficou-lhe preso na madeira, mas decidiu largar o sapato e zarpar dali. Pensava que era melhor ir descalça do que ficar em terra. Sâm Mân pensou: “Os deuses protegeram-na!”
A meio da viagem rebenta uma tempestade. No barco as pessoas gritavam, prometiam sacrifícios e rezavam ao Cão Celeste para que expulsasse os maus espíritos. Todos estavam ocupados a ter medo, e ninguém reparou na mulher a quem a tempestade não tocava. E Sâm Mân pensava: “ Que estranha mulher é esta que nem a força das águas consegue deitar abaixo?”
Chegados a Macau em segurança, todos puderam abrir os sacos e vender as mercadorias. Só Sâm Mân não abriu os seus sacos, porque queria descobrir quem era esta mulher misteriosa que saiu do barco a correr em direção à colina.
Sâm Mân perseguiu a mulher por colinas e vales, e quando finalmente lhe ia falar, uma estranha neblina envolveu toda a colina e fez desaparecer a mulher. Dela, nunca mais houve rasto! Estava quase a desistir de procurá-la, quando tropeçou num objeto estranho. Era um bocado de madeira. Ele reparou que este tronco tinha o pé esquerdo descalço. Era a mulher misteriosa, transformada em divindade!
De um salto, Sâm Mân começou a correr pela colina abaixo em direção à aldeia para jogar na lotaria. Passadas algumas horas, já ele voltava para os pés da divindade. Junto dela prometeu construir ali um templo, se ganhasse a sorte grande.
Quando Sâm Mân regressou a casa sem dinheiro, sem presentes e com os sacos ainda cheios de chá, pensando numa desculpa para dar às mulheres, foi recebido pela família toda de braços abertos, que lhe disse que tinha ganho a sorte grande na lotaria.
E exatamente no local do desaparecimento da mulher misteriosa, Sâm Mân mandou construir um templo para cumprir a promessa feita.
Ainda hoje, no Templo da Barra, em Macau, dorme a Deusa Á-Má.









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