Apresentação do livro «1001 Cores» na Biblioteca do Agrupamento de Escolas Santa Cruz da Trapa
No dia 12 de dezembro, irá decorrer na Biblioteca da Escola a apresentação do livro “1001 Cores”, escrito por Marta Guerreiro, com apenas 16 anos (15 aquando da escrita), se lançou no desafio de descrever fatos reais da sua vida.
Em “1001 cores”, Marta Guerreiro conta a sua experiência quando aos nove anos viu nascer uma irmã com 98% de paralisia cerebral.
Sinopse:
A sinopse do livro é da própria autora e a cerca do livro diz que: “Por entre montanhas e onde a monotonia é a principal companhia diária, surge uma oportunidade única de poder regressar no tempo. Margarida, uma menina de 15 anos, perde-se entre mitos e histórias de antepassados numa floresta perto de Castro-Daire".
Baseado em factos reais, a protagonista da história conta-nos uma das mais importantes e especiais experiências de vida dela, ter uma irmã com 98% de paralisia. Terá que optar por caminhos, caminhos esses que a farão escolher entre impedir um nascimento de tal gravidade, ou percorrer todo o percurso que tinha feito até ali, mesmo que esse fosse talvez, o mais doloroso.
Excertos do livro:
“A minha cabeça começou a ficar pesada, mais e mais pesada. Tive um flashback dos momentos mais significantes que tinha vivido, desde sempre. Tentei segurar-me a uma cadeira, mas o meu corpo ultrapassava qualquer objecto e ninguém reparava em mim. Cai, a última coisa que me lembro ter visto foi o meu pai e o meu irmão, a sorrirem-me, por trás dos vidros baços, da pequena sala dos cuidados intensivos.”
“As paredes eram sujas. Sujas de desgosto e memorias que todos tentam esquecer, estas paredes. Os cuidados intensivos e intermédios eram sítios de muita dor, no entanto, podiam trazer tanta felicidade quanto cabe num coração. Corri, sem que ninguém me dissesse onde eu deveria ir, ou em que sitio contornar. Olhava pelas janelas, e via a vida a correr ao meu lado, ao lado do meu reflexo.”
“ A minha irmã nasceu com paralisia cerebral e eu com o livro não pretendo de forma alguma a sensação de pena. Antes pelo contrário eu quero mostrar que na diferença também há aceitação. Para a revolta também há maneiras de nos expressarmos de forma mais positiva.”
Ouça aqui os comentários de Marta Guerreiro, na apresentação do livro na FNAC em Viseu, no dia 9 de outubro de 2011.
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