domingo, 24 de abril de 2016

Ler+ para saber + sobre o 25 de Abril

Título: A Flor de Abril
Autor(a): Pedro Olavo Moes e Abigail Ascenso 


A "Flor da Liberdade" conta a história de um quadro pintado numa oficina iluminada por 37 anos de liberdade. Numa linguagem simples e escorreita, Pedro Olavo Simões explica aos mais novos como um cravo vermelho no cano de uma espingarda se fez símbolo da alvorada de um novo Portugal.

As belíssimas ilustrações de Abigail Ascenso e o relato, no qual se nota a formação jornalística do autor do texto, remetem-nos para o Portugal do início de 1974, pequenino país encolhido a um canto do mundo, como se estivesse de castigo. "O país vivia voltado de costas para fora".
No livro que foi apresentado sábado, 23 de Abril, às 16 horas, na FNAC de Santa Catarina, no Porto, Pedro Olavo Simões conta como um país pequeno, às  ordens de um homem que, mais do que reinar no mando, queria mandar no pensamento, se libertou do jugo sem disparar um tiro.
"A Flor de Abril" é "uma história da revolução dos cravos", em volta de Abril, que fala da Guerra do Ultramar, do homem que queria mandar sozinho, Salazar, e o que lhe seguiu e se rendeu, no Carmo, sem que um tiro fosse disparado, Marcelo Caetano.
Salgueiro Maia, Otelo e os Capitães de Abril, conta "A Flor da Liberdade", derrubaram a ditadura, mas foi o povo que saiu à rua e quem fez a revolução.
Sem o povo, que mais ordena, como se lê no livro e se ouve na Grândola Vila Morena recordada e explicada aos mais novos, a queda de Marcelo poderia não ter passado de um golpe de Estado, mas toda aquela gente que "não cabia em mil fotografias", consumou a revolução na rua assim que caiu o regime.
Saiu do povo a florista que cravou no cano de uma espingarda cinzenta um cravo vermelho, cor do sangue, contido durante a revolução, e apenas derramado na pidesca vingança de um punhado de agentes desesperados, que dispararam sobre o povo - quatro pessoas morreram e 45 ficaram feridas.
É essa flor, no cano dessa cinzenta espingarda que o pai de João imortaliza num quadro que pinta, carinhosamente, entre tantos outros.
É no descarnar desse símbolo, que o João, miúdo que terá ente os 8 a 12 anos, público preferencial mas não exclusivo da "Flor da Liberdade", fica a saber o que foi o 25 de Abril, como foi difícil aos portugueses aprenderem a caminhar com luz, após 48 anos na penumbra.
E também nessa flor da liberdade que o João fica a saber quanto vale um voto, que um dia o próprio terá a responsabilidade de levar a uma mesa eleitoral.
Texto de: Augusto Correia in, Jornal de Notícias


Título: História de uma Flor

Autor(a): Matilde Rosa Araújo

Este texto de Matilde Rosa Araújo, publicado em 1983 na colectânea A Velha do Bosque, é agora editado autonomamente pela Caminho, com soberbas ilustrações de João Fazenda. A obra merecia este tratamento pela qualidade do texto e pela temática seleccionada. A autora cruza a dimensão simbólica com a histórica, criando uma metáfora particularmente expressiva da libertação ocorrida em Portugal a seguir ao 25 de Abril. 
Por: Ana Margarida Ramos





Título: O 25 de Abril Contado às Crianças… E aos Outros
Autor(a): José Jorge Letria e João Abel Manta

Este livro, com ilustrações de João Abel Manta que reforçam o carácter documental da publicação, assume-se como um testemunho pessoal das memórias de Abril, sobrepondo-se, de forma consciente e voluntária, o factual ao ficcional, dando conta do significado simbólico da data e das consequências que teve para Portugal e para os portugueses, permitindo ao destinatário jovem tomar conhecimento de uma realidade aparentemente longínqua, mas crucial para a compreensão do momento actual. Nesta medida, são, sempre que possível, estabelecidas analogias com a realidade presente e com a vivência quotidiana do leitor, convidado a manter vivo o espírito de liberdade e de tolerância e os ideais da Revolução. Desde os antecedentes da Revolução, com especial destaque para a censura, para a emigração forçada dos jovens em resultado da pobreza e da opressão, para as perseguições políticas e para a guerra colonial, o autor percorre os momentos mais emblemáticos que caracterizaram este período.
De: Ana Margarida Ramos.

Título: Romance do 25 de Abril em prosa rimada e versificada
Autor(a): João Pedro Mésseder e Alex Gozblau

Revisitação poética da história do 25 de Abril de 1974, com particular relevo para os antecedentes da Revolução, recriando a vida em Portugal durante a vigência do Estado Novo, Romance do 25 de Abril, de João Pedro Mésseder, sublinha ainda as consequências trágicas desse longo período da História portuguesa contemporânea, como as perseguições políticas, a censura e a Guerra Colonial, entre outros aspectos. A opção pelo "romance", enquanto género da literatura tradicional, permite a valorização da memória e do cariz épico das história narrada, destinada a perdurar pela transmissão de geração em geração. Com ilustrações de Alex Gozblau, o livro ganha uma especial identidade, vendo sublinhada a dimensão referencial da narrativa através da representação iconográfica fiel das figuras cimeiras do Estado Novo. As ilustrações sugerem de forma particularmente intensa a transição entre a Ditadura e a Liberdade, servindo-se da variação cromática com evidentes intenções semânticas e pragmáticas. Vejam-se, como elementos claramente significativos do ponto de vista visual, a articulação entre a capa e a contracapa, assim como a leitura das guardas iniciais e finais, retomando alguns dos motivos simbólicos mais significativos da época revisitada.
Por: Ana Margarida Ramos 

Título: 7 x 25 Histórias da Liberdade
Autor(es): Margarida Fonseca Santos, Inês do Carmo (Ilustrador)

Explorando a metáfora da mudança no seio familiar com o nascimento de um bebé, este volume agrupa sete pequenas narrativas que, de forma original, dão voz a objectos inanimados, íntima e simbolicamente ligados à Revolução de Abril, ou ao tempo que a antecede. Percepcionados a partir de pontos de vista originais, alguns relativamente exíguos mas todos profundamente simbólicos, os acontecimentos da Revolução de Abril são recriados de forma acessível, com recurso a elementos reconhecíveis do quotidiano e, desta forma, tornados próximos do universo infantil.
Texto de Ana Margarida Ramos








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